O cão arreganhava os dentes pouco simpáticos. As ovelhas, modernaças, com os brincos de plástico das inspecções, fugiam de mim. Fotos só de costas. O pastor insultava a vizinha má rês e contabilizava as despesas das disputas em tribunal. Natureza rude e desconfiada. Cão, ovelhas e pastor todos desconfiados de mim. Eu, urbana, afável a tentar socializar. Que o cão era querido e esperto e espantoso o trabalho que fazia. E as ovelhas que lindas, onde é que elas dormem? E que já tinha visto o Sr. Pastor a vir lá de baixo, lá de cima corrigia ele. E são tosquiadas? Que espectáculo! Aquela da cara preta é diferente das outras. Pois é, dizia o pastor e ria-se. Sorria-se desconfiado. E como é que se chama o cão? Encolheu os ombros e disse... cão. O cão arreganhou os dentes outra vez, as ovelhas tomaram o seu caminho e o pastor foi embora. Até um dia destes.
45 rotações (XVII)
Há 4 meses
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