O título deste post deveria ser, Flying over La Spezia, mas não é

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Num blog vizinho, queixavam-se de falta de inspiração para escrever. Parece geral. Talvez não seja. À falta de melhor metem-se uns clips e tal. Mas a malta até tem umas merdas para escrever . Só que vai-se a ver e... é melhor não. Se calhar é melhor meter um clip... da Lorelei, dos Simpsons ou doutra porra qualquer. É auto-censura típica de todos nós os que acabam sempre por não ter tomates, ou que têm bom senso (que é como quem diz não têm tomates) ou finalmente têm bom senso. Porque escrevemos sempre aquilo que somos.
Este post, não era para ser nada disto. Devia ter sido um post (mais um) de redenção. Mas escolhi mal as palavras. O post devia descrever uma viagem (que por sinal não fiz), onde eu vestia um fato e apelava a poderes mágicos. Depois sobrevoaria montes de sítios. Falaria de um veículo de voo estranho. O destino dessa viagem, a que eu descrevia nesse post, seria La Spezia. Sobrevoaria o Alentejo e teceria uns comentários estúpidos sobre as árvores, das quais gosto muito, é bom que se note, mesmo que elas nunca me tenham dado nada de jeito. O rumo seguinte seria para Sul, para o Mar e para poder voar sobre Cádiz. Por esta altura diria que a Andaluzia poderia muito bem ser Neverland. Quereria dizer que a Andaluzia é uma terra e sonho. Só isso! Seguiria viagem. Sobrevoaria Miami Beach e diria ughhhh!!!! Barcelona (uau!!!) e os Pirinéus cobertos de Neve (Neve...rland de Inverno). Diria que o tempo estava a piorar e referiria um episódio de cascading no canhão de Cap de Creus provocado pelo Mistral(só para fazer género e dizer umas coisas difíceis). Por essa altura avistaria Palavas. O tempo melhoraria e eu veria Cannes, Nice, Villefranche Sur le Mer. A seguir diria que o piloto se tinha enganado, falaria de uma torre e de ter de voltar para trás, para La Spezia. Haveria de referir Livorno (só por causa do Shelley). Por esta altura teria de encontrar uma desculpa para voltar para trás. Seria aqui que eu faria merda. Inventaria uma péssima desculpa. Talvez não precisasse. Talvez bastasse dizer que aquilo não era o meu sonho. Que reconstruir não é exactamente igual a construir noutro sítio.
Talvez um dia aqui coloque a descrição da viagem...

2 comentários:

Cressélia disse...

Sim é verdade, bom senso sem tomates. É mesmo isso, senão outro galo cantaria. Por outro lado, a redenção deve ser realmente redentora, senão andamo-nos a redimir da redenção, durante anos sem fim.

Alex Sed Lex disse...

UIIIIIIIII...
esta acertou em cheio nas minhas entranhas !!!